sábado, maio 12, 2018

AS SAUDADES DE MAIO


A Judith de Sousa Soares
                    (In Memorian)

As saudades de maio... o inverno na pele.
Ventinho frio na serra de ar puro e doce.
A saudade bate à porta, faz marolas de luz
e sinto o cheiro do verde que murchou antes.

Há uma santa inocência por entre as árvores
como o folguedo de crianças no pique-esconde.
O vento dribla os arbustos e o vestidos azuis
baloiçam ao vento, junto com a passarada.

Como é dorida em mim, esta minha órfã solidão;
a ausência de mãe, neste maio de saudades...

O meu ser volve no tempo e lembra aquelas mãos...
Aquelas mãos que afagam meu rostinho infante,
depois de devolver o cobertor ao meu corpo na cama.

Ah! Como este maio me traz
estas gratas recordações:
o olhar suave de mãe,
sua face bela e firme,
em rosto que a idade encrespou,
mas não roubou a ternura
nem o Bem que vem da alma!

Nesta terra serrana uma santa floresceu!

Maio saudosista, mas de pensamentos bons:
traz alegria relembrar esta mãe de sorriso fácil.

Fostes há pouco, completou apenas ano.
Mas é uma eternidade o vazio de sua voz
que da poltrona dizia que sempre orava por mim...

Nascestes para ser luz;
a luz mais bela que brota do Amor:
leve, límpida, luminosa;
luz com o brilho que da Rosa
emite aconchegante calor...

Os crentes vão passar nas domingueiras manhãs
pelas ruas de Olaria e as velhinhas também.
A caminhada lenta do tempo
traz a mim, sopro de um vento
que tem recordações de maio, mamãe:

Tu continuas passando suave em meu amor!

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
10/05/2018 (04h36min).

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