quinta-feira, março 08, 2018

CAPIVARAS URBANAS

Passos lentos das capivaras
nas margens do meu Bengalas
pisando o mato verde da estação.

Piu-Piu!

(Dizem que a limpeza do rio
e a proteção das espécies
trouxe esta esperança
e outros voos também...)

É uma família que transita
nas margens do rio que volta
com outra promessa de vida.
Os filhotes da capivara
atraem os olhares infantes.

Assobiar para a liberdade – Piu-Piu!

Quando eu era menino
a Natureza em minha cidade
não oferecia tantas coisas de menino:
os peixes sumiram do rio,
a poluição tomou conta do ar,
nem pássaros voavam ali.

Agora que cheguei a ser homem
alguma coisa mudou:
tem capivara no rio
e uns peixinhos nadando.
Tem bem-te-vis nos ares,
biquinhos de lacre e sanhaços,
canarinhos, azulões...

Ainda há esperança
de o homem salvar-se por dentro!
Mas é preciso construir de meninos, homens;
pois é difícil remendar, os farrapos do que já foi...

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
06/03/2018 (05h28min).

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