segunda-feira, fevereiro 06, 2017

VERSOS URBANOS – XI

O prédio é antigo, monumental,
referência para os alunos:
Biblioteca Municipal.
E recebe o nome de antigo professor
que dera a vida pela causa da educação.
Milhares de livros
recobrem as estantes
que tomam as paredes
(do piso ao teto)
fazendo do lugar
a Cidade dos Livros.
E os alunos chegam constantemente
(não tanto, é bem verdade!)
o que não se sabe é
se vem para estudar
ou fazer do lugar
um point de namoro.
Mas, o importante é que vem.
A Biblioteca
não está abandonada de gentes...
Ela está abandonada é de leitores!
Explico!
Logo no acesso principal
há uma sala de mídia
repleta de computadores
por onde os alunos têm acesso ao Google,
aos livros digitalizados,
às resenhas prontas,
aos pensamentos fortuitos,
às redes sociais...
Ali fervilham as ideias
(descabidas ou não)
enquanto nas salas contíguas,
nos andares superiores,
os livros ficam esquecidos
exceto por uns, ainda, meias-idades,
que aprenderam na infância
a suprema importância:
de apalpar um livro,
de percorrer sensorialmente suas páginas,
de vivenciar o dedilhar suave
pelas folhas impressas,
de tocar a lombada e ver o seu brilho,
de sentir o cheiro do volume,
e perceber vir a lume
a ideia, o sonho, a matéria.

Um livro nas mãos do idoso
pode ser formoso
e quão formoso é um velho com livro na mão.
Mas, um livro nas mãos de um jovem
é mais que belo, é um anelo,
é esperança que ele leva no coração.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
18/01/2017 (06h23min).

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