domingo, fevereiro 05, 2017

VERSOS URBANOS – IV

Sempre achei boa a ideia
de “ar-livre” na praça
por ajuntar o povo da igreja
junto ao coreto onde tantas
vezes vi Deus passeando.
Era um tempo sem a pressão
desses dias malfadados
em que o politicamente correto
impõe um jeito de ser.
Era um tempo mais democrático
em que se podia ocupar
o espaço público
para se expor ideias religiosas.
E havia velhos e jovens
e adolescentes e crianças barulhentas
e havia caixa de som e música
e a prédica ecoava
pelo som do alto-falante
“à você, amigo, que está
ao alcance de nossa voz”.
A ideia da igreja viva,
fora das quatro paredes do templo,
solta na pracinha ao “ar-livre”,
dando a cara a tapa,
para um mundo sem Deus
é mais que simbólica:
é emblemática
de um tempo que não volta mais...

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
16/01/2017 (06h07min).

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