terça-feira, janeiro 17, 2017

VERSOS SERRANOS – VIII

Anotei num caderno
um pensamento notívago.
Divaguei para encontrar um autor.
Será meu?
Ou ele ou eu;
dizia o poema
que dele se originou.
A passarada desperta
aos primeiros clarões do dia.
O galo canta no terreiro ao lado
e, em resposta, o trotar
do cavalo na rua de paralelepípedos
anuncia que o João
está indo buscar pão.
Galos respondem ao galo
que originou o primeiro canto matinal.
Pensei no pensamento anotado no papel,
pensei de onde me viera tal ideia,
pensei em como a poesia imita a vida
e o imaginário está tão próximo do real.
Encontrei alguns elos.
O principal deles,
o elo dourado do sol
que desponta feliz na manhã.
É feliz o homem que sabe sonhar.
É feliz quem faz da poesia
sua catarse mental,
sua interpretação da natureza.
Se não há nada novo debaixo do sol,
como disse o sábio,
vou subir nas palavras e fazer poesia,
me elevar até as nuvens
e viajar no tapete mágico das palavras;
vou transpor os umbrais da atmosfera
e entrar na esfera dos sonhos
para viver o novo poético
à cada manhã de esperança
por detrás das montanhas verdes.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
12/01/2017 (05h00min).

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