sexta-feira, dezembro 16, 2016

À SOMBRA DO JATOBÁ

Descansando sob as sombras do jatobá
vem o Espírito e sopra uma visão
neste outono singular, frutos maduros
e frágeis folhas largadas pelo chão.

A humanidade despenca em meu pensar
na angústia seminal de quem não tem
o domínio do amanhã, na liberdade,
que as sombras movimentam em ilusão.
Onde a realidade, mais além do fecundar
deste solo em que folhas apodrecem
e o gado faz dos frutos, alimento
enquanto as sombras simplesmente vão?

Caiam as folhas e se façam novas sombras
e mudem meu mundo de forma proposital.
Meu jatobá será, então, meu alimento
e debaixo de suas copas sentirei o Vento
soprar em mim suas boas diretrizes.
O mover do Invisível está em mim
e como as árvores creio em suas raízes.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
10 de Novembro de 2016 (05h51min).

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