terça-feira, agosto 23, 2016

“Quero ir pra Maringá, pescar no Rio Paraná.”




Sonho de todo atleta,
estar nas Olimpíadas
ainda mais em Atenas
berço dessa tradição:
foi Vanderlei Cordeiro
apenas um brasileiro!

Por mais emblemático
nosso atleta em vista
buscava a conquista
na nobre maratona.
Mas o sonho d’ouro
escapou no agouro.

Um tal padre irlandês
mestre em artimanhas
interrompeu o atleta
atrapalhando a meta.
E lá se vão doze anos
desse mudar de planos...

Mas Vanderlei resoluto
mesmo estando abalado
deixou a raiva de lado
e manteve seu sorriso.
Foi transpor sua muralha
a buscar sua medalha.

E o registro da história
de façanha tão notória
viu-se de arquibancada
cruzar linha de chegada:
aquele atleta aguerrido
tinha o bronze garantido.

Mal sabia o Vanderlei
que aquele setembro
o tornaria um membro
de algo que é de lei
ao vencer o seu Satã
co’a Barão de Coubertin.

Mas essa honraria olímpica
desse espírito lustroso
não foi o mais marcante
momento seu apetitoso:
a vida tinha como tesouro
um momento seu de ouro.

Na Olimpíada em seu país
- Cerimônia de Abertura -
a pira olímpica se inflama
com a chama do Vanderlei.
E o ex-boia fria, feliz,
sentado em cadeira, diz:

Agora, a pira já acesa,
o meu ouro pessoal
do peito amargo, o mal
não me torna mais presa:
“quero ir pra Maringá,
pescar no Rio Paraná.”



Josué Ebenézer Nova Friburgo,

23 de Agosto de 2016 (05h48min).

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