sábado, outubro 31, 2015

ADIANTE

Ainda não vejo palavras no papel
nem sequer um sentido na mente
tu permaneces longe do real
e nem ofereces a visão de flores
mesmo um arranjo de palavras soltas
ou retalhos de mim sobre o chão.
Clamo por ti, inspiração,
mas o solo da existência ainda é virgem,
o papel rebrilha à luz branca do neon,
as palavras escondidas em algum lugar,
mas já sinto o cheiro da poesia
e sinto a fome, e a vontade, e o gozo
és tu que te moves em outra dimensão
e não há medo, sequer receio,
pois se abre o coração
como campinas verdes e
montanhas multiformes e
árvores misteriosas e
jardins suspensos
no êxtase poético que adiante vem.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,

25 de Julho de 2015 (10h30min).

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