sábado, agosto 29, 2015

MEU POEMA SOMBRA



À sombra das mangueiras
meu pai viu a infância passar;
viu os sonhos aninharem-se
no aconchego da esperança.
À sombra de meus poemas
mangas rosas e espadas
dão sabores as palavras
e sentido aos meus sonhos.

Não saboreia o futuro
quem não se lambuza de fé,
não se ergue da mesmice e,
não busca sabores no quintal.
As mangueiras sugerem vida
no renovar da Estação;
as palavras do meu poema
são prenhes de sugestão.

Pode ser a altura do pé
e a distância do prazer,
o desafio da escalada,
a fruta não descascada.
Quem experimenta o doce
do poema “intransponível”
sente o prazer da vitória,
a conquista do “impossível”.

A aproximação do sonho,
o suave renovar da vida.
Quem se achega ao poema
se aproxima da alegria.
Poemas descrevem palavras-riso,
palavras-pranto e palavras-fruto
e quem o alcança, mais que isso,
alcança o Universo Poesia.

Quero poema que sugira sonhos
que desperte certo encantamento.
Poema não só para refletir,
mas também ousar por um momento.
Poema pra ler o que não se disse
onde me escape de dizer o tudo;
viagem maior que as palavras,
imagem a flertar com o absurdo.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
02 de Julho de 2015 (05h18min).

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