sexta-feira, agosto 01, 2014

NOVA FRIBURGO

O denso nevoeiro impenetrável
repousa na serra, em Teodoro,
anunciando para quem chega
que a cidade descansa em penumbra.
Os faróis não ultrapassam
a barreira do insondável,
mas são necessários para marcar posições;
afastar o risco do perigo das luzes mortas.

Quem chega, respira o novo ar;
sente o clima das montanhas
e vai sorrindo à medida que
descobre a cidade encravada no verde.
Mas, esta sensação alterca-se nada sutil:
o visitante encanta-se
com a reserva de Mata Atlântica,
com o estilo europeu de alguma arquitetura
e com a ocupação dinâmica do espaço,
num desenho de urbanização
que acompanha a topografia do lugar.

Porém, o olhar que vê o verde
vê, também, o cancro que se abriu,
ali e acolá na mata;
vê a invasão do morro
de forma desordenada;
o superpovoamento das encostas
e o cenho fechado de um povo
que caminha duro a sua dor.

Quem há de resgatar de Friburgo sua estima?
E quem há de repensar a cidade como um todo?
E há de reaver, do passado a sua glória?
E há de retomar a escrita de uma história
em que os heróis sejam o povo
com sua luta e seu labor
com sua garra e destemor?

Nova Friburgo precisa caminhar para o futuro,
abraçar o progresso na dinâmica da existência,
preservar sua tradição, mas galgar com competência
um lugar proeminente nos destinos desta nação.
As riquezas desta terra, a beleza do lugar
precisam transpor o muro da neblina ou corrução;
organizar a cidade em um novo patamar
onde as crianças brincam,
os jovens se amam
e os adultos apenas sorriem
na convicção de que tudo deu certo.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,

14 de Junho de 2014 (05h37min).

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