quarta-feira, agosto 06, 2014

FUNIL HUMANO

Passos apressados
e os pés parecem
conduzir o corpo.
A mente não está ali.
Os olhos vagueiam
procurando o nada.
O corpo passeia pelo calçadão:
braços que esbarram braços;
olhos que fitam abraços
de namorados                                                      distantes
que se instalaram
no lugar do encontro.
A mente sucumbe ao marasmo
à mesmice
à rotina
da caminhada apressada
em meio a turba
que delimita o destino
construindo um funil humano
que desemboca
na grande Avenida.
Pra muitos a vida é:
uma pista engarrafada,
cercada de arranha-céus,
dominada por ruídos,
salpicada de luzes e cores
que engole a convivência
aniquila a comunhão
tritura a existência
e vomita solidão.

Josué Ebenézer Niterói,
30 de Junho de 2014 (18h05min).


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