quinta-feira, maio 08, 2014

TU, MEU DEUS!

Viestes-me ao encontro quando
escondido no silêncio de minha alma
e abandonado na esperança
já não enxergava horizonte. Ternamente,
em meio a tudo, as suas mãos não se detiveram
na periferia do meu ser. Solitário, na multidão,
senti o abraço do Espírito, e, o meu corpo ferido,
abandou-se ao aconchego, de que me fizestes objeto
no lugar secreto da comunhão.
Nos instantes da eficiente harmonia,
são suas mãos, que em paz, sinto a tocar-me.
E na noite da vida, angustiante existência,
a revolta esvaziou-se momentânea, até escutei,
os antigos LPs de Feliciano Amaral
replicarem canções da fé dos meus pais
e conclui que era possível uma paz duradoura.
Houve morte ou vida; indaguei atordoado.
Não havia alguém perto para compreender
meus pensamentos, entrar no meu imo,
interessar-se pelos meus desejos de mudanças.
Quem haveria de escutar-me na hora da dor profunda?
Tu, meu Deus! Meu coração batia forte na resposta interior.
Tu és o Pai de todas a luzes e meu coração irradia esta paz.
Eu era o recém-nascido, o Nicodemos pós-moderno
e aquele que haveria de resplandecer sua luz.
E para mostrar que sua graça é infinda
e seu amor não termina,
os olhos teus, meu Deu, me encontraram na agonia
e raiou em mim novo dia, em alma adormecida.
Senti bambearem-se minhas pernas
quando o Espírito soprou vida em meu ser:
Mas, fiquei de pé!

Josué Ebenézer – Nova Friburgo,

01 de Maio de 2014 (10h30min).

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