segunda-feira, abril 21, 2014

EM ABRIL

Em abril o Prado se volta
para o sepulcro de Jerusalém.
A cantoria preenche o templo
de cânticos pascoais, como os pássaros
nos galhos das árvores matinais...

Os crentes fervorosos, que no templo se ajuntam,
buscam o refúgio da esperança
e compõem canções (ao amoroso Cristo)
coadjuvados pelas palavras
dos sermões da Ressurreição.

Não se questiona. É o tempo do refrigério,
que se apoia na certeza do túmulo vazio
e que insiste em galopar o ar
com as notas harmônicas
do coração sangrando a cruz,
do sentimento volvendo ao Calvário,
da humilhação levando a dor
e do terceiro dia da Ressurreição.

As mulheres conversam com anjos,
derramam lágrimas,
apropriam-se do alívio
e vão dar uma espiada na tumba vazia:
– Vivo está!


Josué Ebenézer – Nova Friburgo,

15 de Abril de 2014 (19h48min).

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