quarta-feira, junho 01, 2011

MOMENTOS



A Lindsey Batista Colombani e família

Pousa sobre mim a paz do alto;
a paz do indizível.
Volto-me para todas as direções possíveis:
O horizonte é curto, mas prazeroso,
pois as montanhas, as árvores e o casario nórdico
infestam o cenário de um bucolismo santo.

Paira sobre mim uma paz de espírito,
pois estou em companhia agradável
onde a família se solidifica com a presença de um
aniversariante que produz alegria, satisfação
e dá presente – na contramão da história –
onde o relacionar-se é sobrepujado
por quimeras atordoantes...

Não há mais sol e a bruma da tarde
conduz à uma noite de mistérios.
Os corpos se revestem de uma rouparia infindável
para enfrentar o frio de Campos do Jordão.
E a valsa dos vultos celestes –
pássaros que se recolhem,
sombras fortuitas de gigantescas árvores
que conversam entre si no cochicho do vento
em meio às suas folhagens –,
fazem a dança do Universo de mistério e amor
que entrelaçam familiares que se amam.

Na mesa do restaurante, os quitutes se revezam
em meio aos comensais que entabulam
conversas de amizade.
O tempo para!
E uma coluna de fumaça se ergue -
vertebralmente -
qual escada dos sonhos jacobinos
a indicar que também diante de um saboroso prato
é lugar de Deus estar presente.
Onde há amor; há vida, há Deus.

Descerram-se os panos de mais um ato da vida
e voltamos a sentir a brisa da noite fria
a acariciar o rosto ardente em brasas de satisfação.
O carro desliza silente serpenteando ao longo da estrada
no desfecho do dia.
Há sempre um retorno.
Há quem descanse.
O silêncio se faz.
Há quem não dorme nunca.
Há quem nos guie sempre.
Deus vela por nós.
Há recordações eternas...

São José dos Campos (SP), 29 de Maio de 2011. (07h38min).

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