sexta-feira, outubro 03, 2008

BEIRA RIO

Instante incômodo.
Onde a chuva torrencial
prenuncia possível mal.
O rio é semimorto,
semi-rio,
semi-vida.
Não são águas que correm:
escorre lodo,
lama,
esgoto.
O aguaceiro arruaceiro
desbanca a margem:
barranco,
ultraje,
de um rio sem barco.
É chuva,
é lama,
é ser que se inflama,
na expectativa do
transbordamento.
Minha vida esguia
se encolhe.
Filete agudo,
serpentiforme,
quase uma enguia,
no meio do roldão pesado
do rio descontrolado...

Nova Friburgo, 31 de Dezembro de 2006 (9h42min).

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