segunda-feira, outubro 01, 2007

VISÕES DA CIDADE

Como se monstros fossem, os carros vêm
velozes, volumosos, a encher o espaço
e eu na calçada, com susto e embaraço
a libertar-me aflito dos tentáculos do além.

Mas Deus que é isso que vejo a minha frente?
A angústia da cidade como se fosse floresta
e as copas frondosas pondo fim a qualquer festa
e eu assim tão inerte, tão perdido, de repente.

E as luzes da noite como se fossem explosões
iluminando o infinito, piscando na retina
e os raios do absurdo que a alma não imagina
(re)voltando meu ser para dentro das emoções.

Num instante de vertigem a cidade me atropela
como se fosse manada de búfalos de vero corte
no meio da multidão escorrego para a morte
da alma que no burburinho o amor já não revela.

Arranha-céus tão altos e eu pequeno na rua
olhando para cima como se fosse formiga,
como se fosse um nada, e tudo isso me obriga
a crescer pra dentro e a crescer pra lua.!

Nova Friburgo, 26/06/2000 (17h17m)

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