segunda-feira, outubro 01, 2007

POEMA DO PEREGRINO

O mistério da busca no chão da vida
para cobrir insatisfação dentro de si
faz do ser alguém que em sua lida
anda só, com propósito, que nunca vi
a não ser no peregrino e na acolhida
que às estradas dá no mundo aqui.
É por isso que ele em peregrinação
faz das sandálias companheira da solidão.

E me comove vê-lo assim tão solitário
a embrenhar por mundos que nunca viu
do peregrino, porém, o imaginário
eu desconheço, só sei, que já partiu.
Deixou raízes, se fez um visionário
criou seu mundo e dele não desistiu.
O peregrino é alguém que do mistério
tira esperança e leva o caso a sério.

Mas eu indago: - Qual seria a insatisfação
que faz de alguém, de repente, um peregrino?
Talvez abandono, ou forte dor no coração
alguma perda ou mesmo um desatino?
Quem sabe: mágoa sentida, aperto da paixão,
um homem feito com jeito de menino?
As razões que o peregrino no peito abriga
faz de sua vida uma eterna despedida.

Nova Friburgo, 04/07/2000 (8h10m)

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