domingo, setembro 09, 2007

UM TOQUE

Num instante o nosso toque
num só instante; a nossa sorte
já foi lançada e o meu enfoque
é fazê-lo firme, fazê-lo forte.
Foi pele com pele, suaves dedos
a deslizarem pelo seu braço
toque primeiro, ainda com medos
de se expandir para um abraço.

Nas contramarchas, no contratempos
tão perto respiro suave encanto
sentindo o sonho ao sabor dos ventos
viajar sem medos e sem espanto.
Mas quanta calma e quanto choro
que paradoxo é o meu amor
que em ti repousa em berço d’ouro
num simples toque do teu favor.

E quanto riso e quanto pranto
estranha forma de se amar
da triste lida o acalanto
meu coração vive a buscar.
Mas desse jeito e dessa história
de um toque leve e de raspão
fizeste registro bem na memória
dos meus sensores do coração.

Por isso canto, neste momento
do nosso toque aquela fagulha
acesa sempre em meu pensamento
minh’alma espetando, feito agulha.
Minh’alma tocando, feito piano
com mãos sensíveis a dedilhar
de um simples toque fazendo plano
de sempre sorrir, sempre te amar.

Nova Friburgo, 26/05/2000 (22h20m)

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