sexta-feira, setembro 14, 2007

QUANDO O AMOR ACABA

Você chegou pra mim sem dó nem pena
e disse de supetão: “já não te amo mais!”
Tomei um choque de alta voltagem
e liguei mais que depressa minha antena
pois esta descarga foi forte demais
pra entendê-la apenas como miragem.

Senti o baque surdo de um coração que dispara,
sofri toda comoção de um circuito rompido;
parecia que o mundo tinha desabado sobre mim.
E você me olhando com esta inerte cara de arara
idiotizando uma relação num só estampido
como se o comunicado fosse tão simples assim.

De que vale tanto amor, parecendo prêmio acumulado,
se na hora da necessidade vou sacar e não encontro nada?
De que valeu toda existência, se no momento você é sonho?
Será que o amor é pra se criar e tê-lo sempre enjaulado
ou é loteria em que uma pessoa ganha e outra é lesada
ou não passa de quimera, quem sabe, pesadelo medonho?

Eu só sei que a angústia que brota em meu coração
diz não serem suficientes os beijos e também o meu calor;
todo o carinho especial e a dedicação que lhe devotei.
Mas a dor que me devora, que destrói qualquer canção
é a mesma que me implora: não desista do amor!
E eu aqui matutando: “onde foi que eu errei?”

Nova Friburgo, 04/06/2000 (16h30m)

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